domingo, 19 de junho de 2011

Parada Gay em São Paulo terá pastoras lésbicas fazendo evangelização

Um casal de lésbicas pretende levar a "palavra de Deus" para a Parada Gay de São Paulo. Lanna Holder e Rosania Rocha, fundadoras da igreja Cidade de Refúgio, dizem que a intenção é convencer os participantes de que "ser gay não é ser promíscuo".

— A história da Parada Gay é muito bonita, mas perdeu seu motivo original. A maior concepção dos homossexuais que estão fora da igreja é que, se Deus não me aceita, já estou no inferno e vou acabar com minha vida. Então ele cheira, se prostitui, se droga porque já se sente perdido. A gente quer mostrar o contrário, que eles têm algo maravilhoso para fazer da vida deles — disse Lanna à reportagem do site G1.

Para um dos organizadores da Parada, Leandro Rodrigues, o evento, que reúne cerca de 3 mil pessoas, "jamais perdeu o viés político".

— O fato de reunir 3 milhões de pessoas já é um ato político por si só. A parada nunca deixou de ser um ato de reivindicação pelos direitos humanos. As conquistas dos últimos anos mostram isso — defende.

Igreja
As duas pastoras estão juntas há quase nove anos e buscaram todos os recursos da igreja evangélica para mudar a orientação sexual. De descarrego a regressões, elas tentaram de tudo, mas foi inútil. Na época em que se conheceram, ambas eram casadas.

— Conforme fomos passando por essas curas das quais não víamos resultado, das quais esperávamos e ansiávamos por um resultado, percebemos que isso não é opção, é definitivamente uma orientação. Está intrínseco em nós, faz parte da nossa natureza — afirma Lanna.

Elas então resolveram aceitar a sexualidade e fundaram no dia 3 de junho a igreja Cidade de Refúgio, que aceita homossexuais, transexuais e simpatizantes. De 20 fiéis, em menos de duas semanas a igreja já conta com 50 adeptos.
DIÁRIO CATARINENSE

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